domingo, 28 de setembro de 2025

Discografia Eagles

Discografia Eagles
Aqui está a discografia de estúdio do Eagles, organizada em ordem cronológica de lançamento:

Álbuns de Estúdio
Eagles – 1972
Desperado – 1973
On the Border – 1974
One of These Nights – 1975
Hotel California – 1976
The Long Run – 1979
Long Road Out of Eden – 2007

Principais Álbuns ao Vivo
Eagles Live – 1980
Hell Freezes Over – 1994
Live from the Forum MMXVIII – 2020

Compilações Relevantes
Their Greatest Hits (1971–1975) – 1976 (um dos discos mais vendidos da história)
Greatest Hits Volume 2 – 1982
The Very Best of Eagles – 2003

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Discografia Pink Floyd


Discografia Pink Floyd
Lista completa dos álbuns de estúdio do Pink Floyd, organizados em ordem cronológica com os respectivos anos de lançamento:

The Piper at the Gates of Dawn – 1967
A Saucerful of Secrets – 1968
More (trilha sonora) – 1969
Ummagumma – 1969
Atom Heart Mother – 1970
Meddle – 1971
Obscured by Clouds (trilha sonora) – 1972
The Dark Side of the Moon – 1973
Wish You Were Here – 1975
Animals – 1977
The Wall – 1979
The Final Cut – 1983
A Momentary Lapse of Reason – 1987
The Division Bell – 1994
The Endless River – 2014

👉 Essa lista traz apenas os álbuns de estúdio. O Pink Floyd também lançou diversos álbuns ao vivo e coletâneas (como Delicate Sound of Thunder e Pulse), mas normalmente não entram na discografia principal. Seguindo a lista anterior dos álbuns de estúdio, aqui está a discografia complementar do Pink Floyd, incluindo álbuns ao vivo e coletâneas oficiais (em ordem cronológica):

🎵 Álbuns ao vivo
Delicate Sound of Thunder – 1988
Pulse – 1995
Is There Anybody Out There? The Wall Live 1980–81 – 2000

Live at Pompeii (lançado oficialmente em DVD/CD anos depois, mas gravado em 1971 e em 2016 saiu em edição expandida)

The Endless River – Deluxe Edition (inclui gravações ao vivo de 1994, mas não é considerado um álbum ao vivo separado)

📀 Coletâneas oficiais
Relics – 1971
A Nice Pair – 1973 (reunião dos dois primeiros álbuns)
Works – 1983
Echoes: The Best of Pink Floyd – 2001
A Foot in the Door: The Best of Pink Floyd – 2011

👉 Além disso, há inúmeros box sets e relançamentos especiais (como Shine On de 1992 e The Early Years 1965–1972 de 2016), que não são exatamente novos álbuns, mas reúnem raridades, faixas inéditas e versões ao vivo.

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

George Harrison – All Things Must Pass

Todos sabem que era muito complicado para George Harrison ter algum espaço dentro dos álbuns dos Beatles. Competir com dois gênios musicais como John Lennon e Paul McCartney era algo quase impossível. Assim geralmente o grupo dava o espaço de uma ou duas canções para Harrison dentro dos discos. Era muito pouco para alguém que havia alcançado uma maturidade inegável como compositor e arranjador como George. Sua sina criativa estava sendo reprimida. Essa era uma situação tão evidente que até mesmo John Lennon, com toda a sua arrogância e ar de superioridade, reconhecia. Em relação a Harrison chegou a reconhecer isso ao dizer que “Os discos dos Beatles eram muito limitantes, especialmente para George”. Para se ter uma idéia a própria música que dá título a esse maravilhoso álbum, “All Things Must Pass”, foi vedada pelos demais Beatles. O plano de Harrison era encaixar a canção no álbum “Let it Be” mas ela ficou de fora! Inclusive toda a solidão de George nesse aspecto pode ser conferido no projeto Anthology. Lá o ouvinte encontra uma gravação de George da canção durante os trabalhos de “Let it Be”. Ele surge sozinho, tocando sua guitarra de forma chorosa, numa clara tentativa de chamar a atenção de Paul e John para a música. Não deu certo e ele foi ignorado.

As coisas mudaram quando os Beatles deixaram de existir. Com o fim do conjunto George Harrison teve finalmente toda a liberdade que queria. Ele juntou todas as músicas que tinham sido rejeitadas pelos Beatles por anos a fio e jogou aqui nesse excelente álbum. Afinal se todas as coisas passavam, os Beatles também passariam. Mesmo após tantos anos essa é ainda hoje considerada a obra prima de George Harrison. O disco em que ele colocou tudo o que havia sido reprimido em tantos anos ao lado dos Beatles. Há de tudo na seleção musical, rock da melhor estirpe, músicas instrumentais, letras religiosas e espirituais (não poderia ser diferente em se tratando do mais espiritual Beatle) e uma série de boas canções, algumas brilhantes, outras inofensivas. De brinde algumas composições que George havia criado ao lado de Bob Dylan e que jamais poderiam entrar nos discos dos Beatles por questões contratuais. Para dar uma mão na parte instrumental o cantor trouxe o mágico guitarrista Eric Clapton, que abrilhantou ainda mais o resultado final. “All Things Must Pass” é isso, um belo retrato de um artista ciente de seu talento, seguro de sua musicalidade, mesmo após anos vivendo à sombra da dupla Lennon e McCartney.

George Harrison – All Things Must Pass (1970)
I'd Have You Anytime
My Sweet Lord
Wah-Wah
Isn't It a Pity (Version One)
What Is Life
If Not for You
Behind That Locked Door
Let It Down
Run of the Mill
Beware of Darkness
Apple Scruffs
Ballad of Sir Frankie Crisp (Let It Roll)
Awaiting on You All
All Things Must Pass
I Dig Love
Art of Dying
Isn't it a Pity (Version Two)
Hear Me Lord
Out of the Blue
It's Johnny's Birthday
Plug Me In
I Remember Jeep
Thanks for the Pepperoni

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de setembro de 2025

Paul McCartney - McCartney

Paul McCartney - McCartney
Esse foi o primeiro disco solo de Paul McCartney. Os Beatles estavam chegando ao fim e Paul usou esse material quase como um teste de mercado. Na verdade ele tinha certo receio de como seria sua carreira dali para frente. Havia muitas dúvidas e algumas delas soam absurdas hoje em dia. Por exemplo, Paul tinha certa dúvida se ele seria comercialmente viável sozinho. O que todos perguntavam é se Paul poderia dar certo como artista solo. Certo que nos Beatles ele havia sido simplesmente genial mas daria certo sem John, George e Ringo? Será que um disco inteiro apenas com Paul não se tornaria cansativo? Ele teria pique para segurar a onda durante um disco solo? Claro que hoje em dia todas essas perguntas soam sem propósito mas em 1970 elas pareciam bem reais e fortes. Esse primeiro disco de Paul ainda saiu pelo selo Apple. Havia muitos problemas contratuais, processos voando para todos os lados e McCartney lutava para sair das garras de Allen Klein, o desonesto empresário dos Beatles.

O resultado é um trabalho apenas mediano. Paul na verdade não deu 100% de si na gravação desse disco mas sim o jogou no mercado americano e inglês para sentir como seria a reação. No meio da confusão do fim dos Beatles o álbum acabou ganhando uma bela promoção grátis na imprensa e como todos queriam ouvir o primeiro disco solo de Paul McCartney ele acabou fazendo um grande sucesso de vendas. O problema é que também sofreu críticas que incomodaram Paul. Alguns especialistas disseram que o disco, apesar de algumas belas melodias, ainda soava muito cru e sem capricho! Era verdade. McCartney absorveu bem essas críticas e decidiu que era hora de montar uma nova banda de rock, afinal ele se sentia desconfortável de trabalhar sozinho. Para quem sempre havia pertencido a um conjunto isso era mais do que natural. Assim nasceu a ideia que iria germinar e dar origem aos Wings. Mas antes disso vamos tecer alguns comentários sobre as canções do álbum "McCartney" de 1970:

The Lovely Linda (Paul McCartney) - A carreira solo de Paul McCartney começa com essa baladinha em homenagem a Linda McCartney. A letra é tão simplória quanto a melodia, bem, diríamos, bucólica. Paul termina a canção com uma risadinha, bem no espírito descontraído de todas as faixas desse álbum. Despretensiosa sim, mas bem cativante.

That Would Be Something (Paul McCartney) - Essa é bem mais trabalhada, com ótima instrumentação. Paul obviamente toca todos os instrumentos. A canção começa com um belo dueto entre guitarra, baixo e violão. Ótimo arranjo. Só depois a batera entra mas mesmo assim bem timidamente. Perceba que a letra é mero pretexto para acompanhar a melodia. Paul aqui não se importou nem um pouco com o conteúdo da letra, preferindo se concentrar no arranjo.

Valentine Day (Paul McCartney) - Aqui temos uma faixa completamente instrumental. Paul faz experimentos, com destaque para os belos solos de guitarra que vai desenvolvendo ao longo da faixa. Tudo soa como mera improvisação. De certa forma a gravação parece mais uma jam session, uma forma de Paul conferir como ficaria a mixagem de todos os instrumentos depois que ele gravasse tudo separado. Curiosamente a faixa acaba de forma bem abrupta, tal como começara!

Every Night (Paul McCartney) - A primeira boa canção do disco. Aqui temos realmente Paul se empenhando em trazer mais uma daquelas baladas que tanto sucesso fizeram em seus anos como Beatle. A canção tem um maravilhoso refrão, altamente pegajoso, diga-se de passagem (tente apagar da mente, por exemplo, o "Ooh-ooh-ooh-ooh-ooh-ooh" para sentir como é complicado!). Na letra Paul diz que não quer saber de mais nada na vida a não ser ficar ao lado de sua amada a cada noite. Bonito!

Hot as Sun / Glasses (Paul McCartney) - O ritmo desse medley me lembra velhas canções escocesas do século XIX. É outra faixa instrumental totalmente baseada na linha melódica principal, formada de apenas algumas notas - para você entender como Paul era genial em suas composições. Além dos instrumentos de rotina Paul injeta um velho órgão em solos que dão a identidade à canção. Já "Glasses" tem uma linha de letra, sendo que seu arranjo me lembrou imediatamente de algumas gravações do Pink Floyd, o que mostra que Paul andava antenado com o que estava acontecendo na época.

Junk (Paul McCartney) - Uma das preferidas do próprio Paul. Essa ele queria gravar com os Beatles mas criminosamente a canção ficou fora dos registros da banda. Há uma gravação inclusive feita por Paul McCartney nos estúdios Abbey Road. O problema é que havia tantas canções geniais rodando durante as gravações dos discos dos Beatles que até obras primas como essa ficavam de fora. Como bem disse John Lennon o espaço de um LP era muito pequeno para tantos gênios musicais reunidos como os Beatles! Faltaria espaço certamente. Sem dúvida uma faixa maravilhosa.

Man We Was Lonely (Paul McCartney) - Outra preciosidade. Quando gravou esse álbum Paul disse que o tinha gravado para depois tocar no toca-fitas de seu carro, nada mais do que isso. Por isso tudo era tão despretensioso. Bom, após ouvir essa música pinta uma dúvida sobre se isso era de fato verdade. A gravação é ótima, muito bem arranjada e executada, com a ajudinha de Linda McCartney nos vocais de apoio. Paul também duplicou sua voz. O resultado é ótimo, uma gravação completamente profissional, nada amadora como Paul queria fazer crer!

Oo You (Paul McCartney) - Outra jam, bem experimental, diga-se de passagem. A guitarra surge forte, solando e duelando com outra mais ao fundo, um grande trabalho, principalmente para quem tocou todos os instrumentos sozinho (imagine a dor de cabeça para sincronizar tudo isso depois na sala de edição!). Nesse disco em particular Paul parece muito sedento em tocar vários solos de guitarra - estaria ele compensando os anos de Beatles quando tinha que dividir esse tipo de coisa com o colega George Harrison? É bem possível...

Momma Miss America (Paul McCartney) - Outra instrumental. É um rock com uma linha de melodia mais presente. Uma forma de Paul agitar um pouco as coisas no disco para que ele não ficasse muito cheio de baladinhas - coisa que faria John Lennon certamente pegar em seu pé! Outra faixa que traz um belo solo de guitarra Les Paul Gibson by Paul McCartney. Apesar de alguns pequenos espaços em branco considero uma bela gravação. Quatro minutos do mais puro rock ´n´ roll!

Teddy Boy (Paul McCartney) - Outra que quase entra no disco "Abbey Road" mas que foi deixada de lado por John Lennon que considerou a letra muito bobinha. De certa forma ele tinha uma boa dose de razão. A estorinha do garoto Ted parece ser um pouco forçada. No final a música foi salva pela ótima melodia e pelo arranjo primoroso escrito por Paul (embora eu particularmente implique um pouco com os vocais de apoio).

Singalong Junk (Paul McCartney) - A melodia é a mesma de "Junk", só que aqui imensamente melhor trabalhada. É outra faixa completamente instrumental. Paul a gravou pensando em lançar "Junk" como lado A de um single, com essa faixa vindo no lado B (algo bem comum na época). O arranjo aqui é fabuloso mesmo, muito rico e lindamente escrito. Para relaxar a mente do stress do dia a dia.

Maybe I'm Amazed (Paul McCartney) - O grande clássico do álbum. Essa Paul não deixaria para trás como as demais faixas do disco, a levando para seus grandes shows! Certamente um momento essencial nessa fase de sua carreira. Seu arranjo de piano e os vocais ora viscerais, ora ternos, além de um maravilhoso solo de guitarra, torna essa uma das melhores gravações de Paul McCartney em sua carreira. Obra Prima, sem a menor sombra de dúvidas.

Kreen-Akrore (Paul McCartney) - Para quem acha que Paul McCartney nunca gravou rock progressivo na carreira. Ora, basta ouvir essa faixa para entender do que se trata - Paul mandando ver no progressivo mesmo, com clara influência do Pink Floyd de cabo a rabo da gravação. Na época o registro passou despercebido, imagine você! Por essa e outras costumo dizer que se os Beatles tivessem levado a carreira em frente, eles teriam grandes chances de abraçar o progressivo, que queiram ou não, iria dominar as grandes bandas de rock dos anos 70. Era algo, em minha forma de ver, inevitável. O psicodelismo seria deixado de lado e os Beatles iriam certamente entrar em uma disputa com grupos como o Pink Floyd!

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de setembro de 2025

John Lennon – Unfinished Music No. 1: Two Virgins

John Lennon – Unfinished Music No. 1: Two Virgins
O primeiro álbum solo da carreira de John Lennon também foi um dos mais polêmicos. Há tempos ele vinha ao lado de Yoko Ono procurando por outro tipo de sonoridade que não tivesse necessariamente a ver com música ou notas musicais. Lennon chamou essas experiências de “sons experimentais”. Esse tipo de gravação já havia aparecido na discografia dos Beatles, na faixa “Revolution 9”, mas Lennon queria ir além. Nada de melodia, nada de letras, apenas sons ao acaso, colhidos do ambiente, gritos, risadas, sons distorcidos, loucura, êxtase, clímax. Assim que apareceu com seu novo projeto para a gravadora EMI ouviu um sonoro “Não” dos executivos! Aquilo nunca foi a proposta da gravadora, não tinha nada a ver com os Beatles e tudo soava estranho demais.

Lennon não desistiu e nem recuou. Pelo contrário radicalizou o projeto e quis que na capa ele e Yoko Ono surgissem nus, um ao lado do outro. Na contracapa a mesma coisa, só que o casal surgiria de costas para a câmera. Completamente pelados! Lennon queria testar os limites, saber até onde poderia ir antes de sofrer censura ou repressão. A cultura hippie estava no auge, a peça "Hair" com o elenco completamente nu era um sucesso e Lennon queria trazer aquele tipo de postura para sua discografia! O fato do casal estar nu causou um problema e tanto nas lojas de discos. Alguns donos mandaram colocar uma tarja preta nos órgãos sexuais de John e Yoko, outros embrulharam o disco em uma capa de papelão só aparecendo o rosto dos pombinhos. O departamento de justiça inglês proibiu a venda para menores de 18 anos e o disco foi considerado obsceno em vários países. No Brasil, em plena ditadura, nunca foi lançado. Circulou apenas entre os fãs mais obcecados pelos Beatles.

Por motivos contratuais o álbum só seria lançado com o aval dos demais Beatles (o grupo ainda existia e John só poderia lançar algo com a autorização dos demais integrantes da banda). Ringo Starr foi um dos que mais se incomodou com tudo. “Não importa que fosse apenas o John e a Yoko, pois todos nós (os Beatles) teríamos que responder por aquilo”. Paul McCartney também achou radical demais mas ao mesmo tempo entendeu que aquilo tinha a ver com a arte de Yoko Ono e seu modo de pensar e não queria se meter em assuntos do casal. Já George Harrison achou tudo uma grande palhaçada de John mas autorizou o lançamento do disco. Para demonstrar que estava à vontade com tudo aquilo Paul McCartney, a pedido de Lennon, escreveu uma frase para colocar na capa do álbum que dizia: “Quando dois santos se encontram, a experiência nos torna mais humildes. A longa batalha irá provar que ele era um santo”.

Lennon defendeu o disco em várias entrevistas afirmando que "não existem problemas em um casal ficar nu na frente das pessoas". Também disse que os tais "sons experimentais" seriam o futuro da música. Em sua forma de pensar as pessoas no futuro estariam ouvindo os gritos de Yoko Ono e não música clássica ou algo parecido! “Two Virgins” não é um disco fácil. Há muitos sons, assovios, batidas, frases desconexas, violões desafinados, conversações sem sentido, distorções, miados de Yoko, palmas, muita gritaria e nenhuma música. O material todo soa como um grande delírio sob efeitos de drogas. A LSD é obviamente uma experiência que influenciou esse tipo de coisa. Apenas os fãs mais radicais de Lennon vão apreciar. Para os demais fica apenas a curiosidade de conhecer uma das maiores excentricidades da vida de John Lennon, um sujeito que poderia ser muitas coisas mas não um cara muito normal!

John Lennon – Unfinished Music No. 1: Two Virgins (1968)
Two Virgins, Side One
Two Virgins Side Two
Remember Love

Pablo Aluísio.