quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Guia Completo: Amy Winehouse - Back to Black

Nasceu de um coração partido
Amy escreveu a maior parte do álbum após o fim de seu relacionamento com Blake Fielder-Civil — que acabou se tornando seu marido depois. As letras são confissões diretas de dor, ciúme e recaída emocional. O título Back to Black simboliza “voltar à escuridão” (black), tanto no amor quanto na luta contra o vício e a depressão.

Gravado em apenas algumas semanas
Apesar de sua profundidade, o álbum foi gravado rapidamente — em cerca de 3 a 4 semanas, entre Miami e Nova York, sob produção de Mark Ronson e Salaam Rem. Amy gravava as vozes em uma ou duas tomadas, quase sempre sem retoques.

Som retrô inspirado nos anos 1960
Mark Ronson buscava recriar o espírito das girl groups da Motown (The Ronettes, The Supremes).
Por isso, usou instrumentos analógicos, reverbs vintage e arranjos de metais e cordas típicos da época. Amy dizia que queria que o disco soasse como “música que minha avó escutaria, mas com palavrões”.

“Rehab” foi escrita em 15 minutos
O produtor Mark Ronson contou que Amy lhe disse casualmente: “Meu pai quis me mandar pra reabilitação, mas eu disse não, não, não.” Ronson achou a frase perfeita para uma música — e em 15 minutos eles escreveram “Rehab”, que se tornaria o maior sucesso de sua carreira.

A capa tem um significado escondido
A foto de Amy sentada em uma cadeira contra uma parede azul representa fragilidade e isolamento, contrastando com seu visual de diva soul.
A ideia veio da fotógrafa Mischa Richter, que quis mostrar “a mulher por trás da persona pública”.

O álbum quase se chamou “Black to Black”
Amy originalmente sugeriu o título Black to Black, mas Ronson achou que “Back” soava melhor e trazia um duplo sentido mais poético — “voltar para o preto”, “voltar para o vazio”.

Influências musicais
Amy se inspirou em grupos vocais antigos como The Shangri-Las e The Ronettes, groups femininos vocais dos anos 60; que ela pessoalmente adorava ouvir desde criança. Também sempre citava a cantora Sarah Vaughan e artistas do passado como Ray Charles e Dinah Washington. 

“Love Is a Losing Game” era sua música favorita
Amy chegou a dizer que era “a única música que realmente a fazia chorar”. George Michael e Prince declararam admiração por essa faixa — Prince chegou a tocá-la em seus shows.

“Tears Dry on Their Own” usa base de Marvin Gaye
A faixa sampleia a clássica “Ain’t No Mountain High Enough”, de Marvin Gaye e Tammi Terrell.
Amy escreveu a letra antes da melodia e só depois percebeu que encaixava perfeitamente na harmonia da canção de Gaye.

O sucesso veio acompanhado da tragédia
Com o estouro mundial de Back to Black, Amy entrou sob enorme pressão midiática. O sucesso, paradoxalmente, aprofundou seus problemas com álcool e drogas — e o álbum acabou se tornando um espelho profético de sua autodestruição. Cinco anos depois, em 2011, Amy faleceu aos 27 anos, entrando no famoso “Clube dos 27”.

Recordista no Grammy
Amy foi a primeira artista britânica a vencer cinco Grammys em uma só noite (2008) — algo histórico até então. Ela assistiu à cerimônia de Londres, por não conseguir visto para entrar nos EUA devido a problemas judiciais.

“Valerie” não faz parte do álbum original
Apesar de ser um dos maiores sucessos associados a Amy, “Valerie” foi gravada para o álbum Version (2007) de Mark Ronson, e entrou apenas na edição deluxe de Back to Black.

O álbum venceu 5 Grammy Awards. Foi assim premiado nas categorias de Álbum do ano, Gravação do Ano ("Rehab"), Canção do Ano ("Rehab"), Melhor Artista Revelação e Melhor Álbum Pop Vocal. 

No total o álbum vendeu 20 milhões de cópias ao redor do mundo. Foi considerado como um dos melhores álbuns da década de 2000 pela revista Rolling Stone. Seis singles foram extraídos do disco, todos com boas vendas comerciais. 

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Oasis - Definitely Maybe

Hoje o Oasis é muito lembrado pelas declarações dos irmãos Gallagher na imprensa. No meio de muita lorota e brigas internas o Oasis vai sobrevivendo ano após ano, apesar dos inúmeros boatos que vão se separar de vez. Não é para tanto. Embaixo da polêmica e da falta de educação dos irmãos (o que destoa totalmente da imagem de povo super educado dos britânicos) está a música que eles produzem e isso é o que realmente importa no final das contas. Definitely Maybe é muito provavelmente o melhor álbum de estreia de um grupo de rock britânico nos últimos vinte anos. Embalados pelo sucesso do single Live Forever que chegou ao primeiro lugar poucos dias antes do lançamento do álbum o Oasis rapidamente chegou ao topo da parada britânica vendendo milhões de cópias desde então. O CD realmente é inovador, hoje seu impacto está um pouco amenizado pois tantas bandas seguiram os passos do Oasis que o frescor de novidade de quem o ouviu em 1994 se dissipou bastante, de tão imitados o Oasis acabou virando banal. De qualquer forma a jovialidade e a inovação de canções como Up in the Sky, Live Forever, Slide Away e Rock´n´Roll Star permanecem firmes, mesmo após passados mais de dez anos de sua gravação.

O disco foi aclamado pela imprensa especializada inglesa na ocasião de seu lançamento sendo considerado uma espécie de salvação do rock britânico, que vinha muito mal nas paradas na época. Embora ninguém ainda soubesse prever o que iria acontecer, se o grupo iria confirmar o talento de sua disco de estreia ou desaparecer como tantos outros, os críticos resolveram apostar no novo som que surgia naquele momento. Ao longo dos anos o grupo não iria decepcionar quem tinha apostado em sua sucesso. Eles iriam evoluir ainda mais musicalmente. Infelizmente também iriam como poucos brigar internamente (e publicamente), trocar ofensas com outros artistas, demitir antigos membros, passar por novas formações e aparecer com frequência nos tablóides britânicos. No saldo final nada disso importa. A única coisa que se mantém e é realmente relevante é o talento do Oasis, que se assemelha a um bom vinho, quanto mais tempo passa melhor fica.

Oasis - Definitely Maybe (1994) / 1. Rock 'n' Roll Star / 2. Shakermaker / 3. Live Forever / 4. Up in the Sky / 5. Columbia / 6. Supersonic / 7. Bring It on Down / 8. Cigarettes & Alcohol / 9. Digsy's Dinner / 10. Slide Away / 11. Married with Children"

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Discografia Oasis


Discografia Oasis

Álbuns de Estúdio:
Definitely Maybe (1994)
(What’s the Story) Morning Glory? (1995)
Be Here Now (1997)
Standing on the Shoulder of Giants (2000)
Heathen Chemistry (2002)
Don’t Believe the Truth (2005)
Dig Out Your Soul (2008)

Coletâneas e Lançamentos Especiais:
The Masterplan (1998) 
Stop the Clocks (2006)
Time Flies... 1994–2009 (2010)

Álbuns ao vivo:
Familiar to Millions (2000) 
Knebworth 1996 (2021) 

Pesquisa: Pablo Aluísio. 

terça-feira, 4 de novembro de 2025

Nirvana - Nevermind

Nirvana - Nevermind
O tempo passa rápido demais. Parece que foi ontem que "Nevermind" chegou nas lojas mas lá se vão 20 anos desde o seu lançamento. A data comemorativa não poderia passar em branco por aqui. O Rock na época vinha em longo declínio, sem inovação, com o cenário musical lotado das chamadas bandas farofas - ou seja, muita pose, muito laquê no cabelo e pouca relevância sonora. Era um ambiente tão medíocre que o jovem que gostava de rock no começo dos anos 90 tinha mesmo que buscar no passado cantores e grupos de qualidade para ouvir. Era exatamente o que eu mesmo fazia naquela época pois ouvia não só os grandes clássicos (Elvis, Beatles, etc) como os chamados dinossauros do rock, grupos dos anos 60 e 70 como Pink Floyd e The Doors. E então no meio dessa pasmaceira eis que surgiu um novo grupo, realmente inovador e com um som forte, de pegada genuinamente roqueira, o Nirvana.

Na época o grupo foi relacionado ao chamado som de Seattle, uma feia, cinza e chuvosa cidade americana que nunca antes tinha se destacado mundialmente do ponto de vista cultural. Até um termo foi criado, Grunge (a imprensa adora mesmo rótulos). O mais curioso de tudo é que a maioria dessas informações eram equivocadas. O Nirvana não era de Seattle, mas sim de uma cidadezinha chamada Aberdeen e não fazia parte de movimento nenhum. Kurt Cobain, o vocalista, compositor e líder do grupo, não era e nunca foi parte de qualquer movimento cultural. Ele fazia uma música muito pessoal, refletindo aspectos de sua vida, sem se importar em fazer parte de qualquer tipo de rótulo inventado pela imprensa americana. "Nevermind" é a obra prima desse grupo que queiram ou não marcou época. Embora a frase possa causar polêmica o fato é que o Nirvana em essência foi uma banda de um disco só, já que o primeiro CD do grupo, "Bleach" nada mais era do que uma demo um pouquinho mais bem produzida. Da mesma forma seu último trabalho, "In Utero", foi severamente prejudicado pela decadência física e psicológica de seu mentor, já naquela altura totalmente corroído pelo forte vicio em heroína.

"Nevermind" por sua vez passa por cima de qualquer tipo de crítica que tente desvalorizar seu impacto na cultura roqueira dos anos 90. É um CD com faixas viscerais que a despeito de sua crueza rude e primitiva (como convém a um bom trabalho de punk rock) ainda mantém uma produção de excelente nível técnico, mérito é claro para o excelente produtor Butch Vig, um verdadeiro craque no setor. Kurt Cobain mostra ao longo da seleção que não bastava apenas posar de rebelde e usar roupas ridículas como os grupos que estavam na parada naquela época mas sim colocar sua alma em cada verso, em cada refrão. Nesse aspecto o cantor e compositor era realmente genial. Em suas músicas Kurt injetava aspectos reais de sua vida, sem pose, sem falsidades. Produtos culturais com tanta alma assim acabam virando ícones ou marcas e "Nevermind" de certa forma cumpre a regra que tanto conhecemos. Um disco que resume o melhor do que foi produzido na década de 1990. Quem viveu sabe perfeitamente do que estou falando.

Nirvana - Nevermind (1991)
1. Smells Like Teen Spirit
2. In Bloom
3. Come as You Are
4. Breed
5. Lithium
6. Polly
7. Territorial Pissings
8. Drain You
9. Lounge Act
10. Stay Away
11. On A Plain
12. Something in the Way

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de novembro de 2025

Nirvana - Discografia


Nirvana - Discografia

Álbuns de Estúdio: 
Bleach (1989)
Nevermind (1991)
In Utero (1993)

Álbuns ao Vivo e Póstumos: 
MTV Unplugged in New York (1994)
From the Muddy Banks of the Wishkah (1996)
Nirvana (2002)
With the Lights Out (2004)
Sliver: The Best of the Box (2005)
Live at Reading (2009)

EPs e Compilações: 
Hormoaning (1992)
Incesticide (1992)

Obs: Em negrito os discos que já foram comentados aqui em nosso blog. Em breve publicaremos todos os demais, completando a coleção do grupo. 

Pesquisa: Pablo Aluísio. 

sábado, 25 de outubro de 2025

Lançamentos do Rock Inglês - Outubro de 2025

Aqui estão alguns dos principais lançamentos de rock inglês previstos para outubro de 2025:

Richard Ashcroft – Lovin' You
Lançamento: 10 de outubro
O sétimo álbum solo de Ashcroft, conhecido por seu trabalho com o The Verve, apresenta uma abordagem mais romântica e introspectiva. O single de estreia, "Lover", foi lançado em maio. 

Idlewild – Idlewild
Lançamento: 3 de outubro
O décimo álbum da banda escocesa traz uma sonoridade coesa e madura, com influências do indie rock britânico clássico. O vocalista Roddy Woomble contribuiu para a composição e arte do álbum. 

Creeper – Sanguivore II: Mistress of Death
Lançamento: 31 de outubro
A sequência do álbum de 2023 da banda inglesa mistura elementos de horror gótico com rock teatral. Singles como "Headstones" e "Blood Magick (It's a Ritual)" já foram lançados.

Florence and the Machine – Everybody Scream
Lançamento: 31 de outubro
O sexto álbum da banda liderada por Florence Welch explora temas de misticismo e introspecção emocional, com influências de folk e horror. A faixa-título foi lançada como single principal. 

Ashnymph – Singles "Saltspreader" e "Mr Invisible"
Lançamentos: Outubro
A nova banda britânica mistura rock alternativo com influências de música eletrônica e psicodélica. Os singles foram bem recebidos pela crítica especializada. The Guardian

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Lançamentos do Rock Americano - Outubro 2025

 
Lançamentos de rock americano em outubro de 2025:

Principais lançamentos de álbuns de rock dos EUA

Artista / Banda Álbum Data Comentário
AFI Silver Bleeds the Black Sun... 3 de outubro de 2025 O 12º álbum de estúdio da banda. Mistura post-punk / gothic rock com uma estética mais sombria. (Wikipedia)
Thrice Horizons/West 3 de outubro de 2025 Alternativa / post-hardcore. Retorno bastante aguardado. (Wikipedia)
Rocket R Is for Rocket 3 de outubro de 2025 Álbum de estreia, com guitarras fortes e uma produção que remete ao rock alternativo dos anos 90. (Wikipedia)

Lançamentos recentes e previstos de rock / gêneros próximos nos EUA para outubro de 2025:


Alguns destaques

Artista / Banda Álbum / Single Data Observações
Yellowcard Better Days 10 de outubro de 2025 Novo álbum dos EUA, após reunião da banda. (Wikipedia)
All Time Low Everyone’s Talking! 17 de outubro de 2025 Pop-punk / rock alternativo americano. (Wikipedia)
Michael Schenker Group Don’t Sell Your Soul 3 de outubro de 2025 Clássico / hard rock. (New Releases Now)
Pavlov’s Dog Wonderlust 3 de outubro de 2025 Rock progressivo / clássico. (New Releases Now)

Principais lançamentos de outubro de 2025

Data Artista / Banda Álbum / EP / Single Observações
3 de outubro Michael Schenker Group Don’t Sell Your Soul Um novo álbum no estilo hard rock / clássico. (New Releases Now)
3 de outubro Pavlov’s Dog Wonderlust Rock clássico / prog rock. (New Releases Now)
10 de outubro All Time Low Everyone’s Talking! Pop-punk / rock alternativo. (Loudwire)
10 de outubro (Diversos) Lançamentos de rock / metal diversos Na lista de “Hard Rock + Metal Album Release Calendar” aparecem vários lançamentos no gênero rock/metal para esse dia. (Loudwire)
17 de outubro 84 Tigers Nothing Ends Aparece na lista de lançamentos de metal/rock para outubro. (Loudwire)
31 de outubro Creeper Sanguivore II: Mistress of Death Mistura de rock gótico / teatral — embora a banda seja britânica, aparece nas listas de lançamentos rock/metal. (Loudwire)
10 de outubro (CD/LP) Dropkick Murphys For the People (edição física) O álbum já estava disponível digitalmente, mas a versão física sai em 10 de outubro. (Wikipedia)
10 de outubro Arch Enemy Blood Dynasty (edição deluxe) Parte dos lançamentos metal/rock listados para esse dia. (Loudwire)


quarta-feira, 8 de outubro de 2025

U2 - Rattle and Hum

U2 - Rattle and Hum
O U2 está até hoje por aí, então é normal as pessoas não o verem apenas como um grupo de rock da década de 80. Bono conseguiu sempre manter o nome da banda na ordem do dia, seja inserindo o grupo para tocar em shows apoteóticos, seja defendendo as boas causas na TV e nos noticiários. Sua personalidade política ajudou muito nesse processo. Hoje o grupo é bastante reverenciado como um dos maiores da história do Rock mas houve época em que o U2 era considerado mais um daqueles grupos de rock que somem após algum tempo. Acompanhei toda a carreira de Bono e cia e meu primeiro disco da banda foi justamente esse duplo “U2 – Rattle and Hum”, uma bela trilha sonora do documentário de mesmo nome que mostrava uma das concorridas turnês do grupo irlandês nos EUA durante a década de 80. O repertório é dos melhores pois é formado por alguns dos maiores sucessos do conjunto. Assim tempos faixas que foram gravadas ao vivo, no calor das apresentações pela América afora e outras que foram registradas em estúdio. Esse último pacote de canções é o que há de melhor dentro do álbum. Isso porque o U2 foi até Memphis, um dos berços do Rock e seus integrantes fizeram questão de gravar na lendária Sun Records, a pequena gravadora que revelou Elvis Presley para o mundo.

Como se não bastasse o disco ainda conta com a preciosa participação de Bob Dylan na canção "Love Rescue Me", uma balada com toques de blues choroso. E o que dizer do encontro com o mito B.B. King na maravilhosa  "When Love Comes to Town"? A essência do mais genuíno Blues americano está aqui, com pitadas do som irlandês do U2. A mistura se revela das mais felizes e marcantes. Para finalizar o U2 reuniu um fantástico coro vocal feminino negro, formando no bairro do Harlem em Nova Iorque, para gravar a faixa “"I Still Haven't Found What I'm Looking For" ao vivo no templo do Madison Square Garden. Como se vê o U2 foi fundo nas raízes da música americana, resgatando o que há de mais autêntico em sua musicalidade. Para fechar com chave de ouro só faltava mesmo os Beatles. E eles estão lá também, numa versão envenenada de Helter Skelter. Perfeita a nova releitura de uma das mais significativas canções do quarteto de Liverpool. Não diria que é o melhor disco do U2 pois essa afirmação seria temerária uma vez que esse é um grupo de rock que já passou por tantas fases e vertentes que fica até complicado classificar algo como o melhor. Mesmo assim posso dizer que “Rattle and Hum” é certamente um dos melhores momentos desses irlandeses que pelo menos nessa turnê se sentiram como verdadeiros ianques fundadores do mais popular gênero musical da história.

U2 – Rattle and Hum (1988)
Helter Skelter
Van Diemen's Land
Desire
Hawkmoon 269
All Along the Watchtower
I Still Haven't Found What I'm Looking For
Freedom for My People
Silver and Gold
Pride (In the Name of Love)
Angel of Harlem
Love Rescue Me
When Love Comes to Town
Heartland
God Part II
The Star Spangled Banner
Bullet the Blue Sky
All I Want Is You
 
Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de outubro de 2025

A-ha - Scoundrel Days

Segundo disco do A-ha. O primeiro álbum como todos sabemos fez bastante sucesso mas nada se compararia ao que aconteceria nesse segundo disco. Lançado nos EUA em 1986 o grupo logo estourou novamente nas paradas, abrindo mais portas na América para eles. Não é para menos pois "Scoundrel Days" está cheio de grande sucessos com destaque para a simbólica e nostálgica "Cry Wolf", que até hoje arrepia por seu refrão pegajoso e marcante. Outro ponto que ajudou muito o A-ha por essa época foi o advento da popularidade do canal MTV.

Hoje em dia ela está em baixa por uma série de fatores (inclusive no Brasil está literalmente fechando suas portas) mas na década de 80 a MTV era o canal que todo jovem sintonizava. O A-ha assim surgiu como algo exótico e diferente, afinal os americanos não sabiam (como ainda hoje não sabem) o que era a Noruega ou onde ela ficava no mapa. Só sabiam que era um país muito frio e distante que conquistava as paradas americanas através desse trio de caras de nomes pra lá de esquisitos. Com as portas abertas o grupo aproveitou cada espaço, cada programa na TV americana para ganhar fama e divulgar de quebra sua música. Tanta divulgação surtiu efeitos bem positivos pois esse é seguramente um dos discos do A-ha com o maior número de hits FM da história do grupo.

Todas as faixas são destaques, de uma forma ou outra. A canção título é uma balada muito bem escrita, seguindo a tendência de dar nome ao disco como aconteceu em seu primeiro álbum. Gosto muito dos arranjos inspirados de "October" e "The Swing of Things". O mesmo pode-se dizer da simpática e cativante "Maybe, Maybe" que me lembra e muito o clima descontraído e levemente despretensioso das músicas dos anos 50. A canção mais marcante é certamente "Cry Wolf" mas gostaria de chamar a atenção para a diferente "Manhattan Skyline" que em minha opinião é uma das gravações mais simbólicas do som que se fazia na década de 80. Arranjos, letras, tudo nos remete para aqueles anos. Sinal que o som do A-ha ficou datado? Não diria isso, na verdade é apenas a prova que a música que eles fizeram cativou bastante, mesmo após tantos anos, afinal de contas você só se lembrará daquilo que realmente ficou gravado em sua memória não é mesmo? Maior prova que o A-ha não é uma banda descartável como se diz por ai não há.

A-ha - Scoundrel Days (1986)
Scoundrel Days
The Swing of Things
I've Been Losing You
October
Manhattan Skyline
Cry Wolf
We're Looking for the Whales
The Weight of the Wind
Maybe, Maybe
Soft Rains of April

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

A-ha - 10 Curiosidades sobre Scoundrel Days

A-ha - 10 Curiosidades sobre Scoundrel Days
1. Segundo álbum, mas com um tom bem mais sombrio
Lançado em 6 de outubro de 1986, Scoundrel Days foi o segundo disco do A-ha, sucedendo o sucesso estrondoso de Hunting High and Low (1985). Ao contrário do primeiro, que tinha uma sonoridade mais pop e otimista, este traz letras mais introspectivas e climas sombrios, refletindo a pressão da fama e o cansaço da turnê mundial.

2. O título vem de uma música sobre desesperança
A faixa-título, Scoundrel Days, abre o álbum e fala sobre um mundo em colapso, com uma sensação quase apocalíptica. O próprio Morten Harket disse que ela representa o estado mental da banda na época — “um mundo bonito, mas perigoso”.

3. Mistura de tecnologia e melancolia
O álbum marca uma evolução na produção: o A-ha usou sintetizadores de ponta da Roland e Fairlight, misturados a guitarras e baterias reais. Isso criou o som característico do disco — sintético, mas emocional.

4. “Manhattan Skyline” tem duas metades distintas
Uma das canções mais queridas do álbum, Manhattan Skyline, começa como uma balada suave e de repente explode num rock pesado, com guitarras agressivas. Essa ideia veio de Magne Furuholmen (tecladista), que quis fundir duas músicas diferentes que a banda tinha começado separadamente.

5. “Cry Wolf” foi um dos singles de maior sucesso
Lançada como single, Cry Wolf alcançou o Top 10 em vários países europeus e até hoje é uma das mais tocadas em shows. Curiosamente, o título foi inspirado na fábula do “menino que gritou lobo”, simbolizando a perda da inocência.

6. Morten gravou vocais em apenas uma tomada
O vocal de Morten Harket em I’ve Been Losing You foi, segundo relatos de Alan Tarney (produtor), feito em uma única tomada. A potência e emoção da performance impressionaram até os engenheiros de som do estúdio.

7. Capa com atmosfera de pintura norueguesa
A capa foi criada por Jørgen Harre, com design de Kjell Torriset, artista norueguês que também trabalhou em Stay on These Roads. O visual lembra uma paisagem fria e melancólica, refletindo bem o clima do disco.

8. Mais sucesso na Europa do que nos EUA
Apesar do A-ha ainda ser associado ao hit Take On Me nos Estados Unidos, Scoundrel Days teve muito mais sucesso na Europa, onde consolidou a banda como um grupo artístico, não apenas “de um hit só”.

9. Um álbum “de amadurecimento”
Muitos críticos e fãs o consideram o melhor álbum da carreira do A-ha — o momento em que o trio deixou de ser um fenômeno teen para se tornar uma banda madura, experimental e autêntica.

10. Várias músicas permanecem no repertório ao vivo
Até hoje, I’ve Been Losing You, Cry Wolf e Manhattan Skyline estão entre as mais tocadas nos shows. Elas mostram o equilíbrio perfeito do A-ha entre melodia pop e melancolia escandinava.